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EFEITOS ALEATÓRIOS

25 outubro, 2007

CRIPTOBALÉ

A bailarina (Renoir, Pierre-Auguste/1874 )


Por Lucivaldo Ferreira


Rodopia a bailarina
sobre os pendões do castelo,
executa seu sutil balé
em silêncio.
Dez e trinta da manhã
e ela baila,
guardas passam
e ela baila
em plena hora do chá...

Rodopia a bailarina
no cortinado amarelo,
sem sapatos, sem medo ou libré
e, em silêncio.
Enquanto tecem a lã
ela baila.
Lavam, passam
e ela baila,
baila até desmaiar.

Sempre vai a bailarina
reencontrar o mistério,
mas o tempo cumpre seu mister
sem silêncio.
Toca o sino
e ela para,
retoma as forças,
dispara,
nunca se deixa notar.

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