Flores da maldade (René Magritte/1946)
Por Lucivaldo Ferreira
Longas flores de tão mal traçadas curvas,
retas frias de tão mal floridas cores,
sacros ritos, destemidos invasores,
rimas toscas, abissal de águas turvas.
Eis febris os meus arteiros sem luvas
A tatear teu oculto e casto ninho,
tracejando impressões de um espinho
nessa pele morna em brônzea confissão,
espalhando o bento mel da confusão
na garganta que me abres por caminho.
Vão meus dedos ao teu doce pergaminho
que às doze badaladas sonham em vão
escrevendo palavrões em profusão
n’asa delta do trigueiro passarinho.
Vão perdidas as falanges de mansinho
deflorando a folha negra entre as saúvas,
coletando o róseo fruto d’águas turvas,
carne quente de tão variadas cores,
sacro vaso feito pra acolher amores:
longas flores de tão mal traçadas curvas.
retas frias de tão mal floridas cores,
sacros ritos, destemidos invasores,
rimas toscas, abissal de águas turvas.
Eis febris os meus arteiros sem luvas
A tatear teu oculto e casto ninho,
tracejando impressões de um espinho
nessa pele morna em brônzea confissão,
espalhando o bento mel da confusão
na garganta que me abres por caminho.
Vão meus dedos ao teu doce pergaminho
que às doze badaladas sonham em vão
escrevendo palavrões em profusão
n’asa delta do trigueiro passarinho.
Vão perdidas as falanges de mansinho
deflorando a folha negra entre as saúvas,
coletando o róseo fruto d’águas turvas,
carne quente de tão variadas cores,
sacro vaso feito pra acolher amores:
longas flores de tão mal traçadas curvas.
01/04/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário