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EFEITOS ALEATÓRIOS

04 abril, 2009

DO MEIO DO REDEMOINHO

Menino com um cachorro - Bartolomé Esteban Murillo (1650-60)

Por Lucivaldo Ferreira


Se calar é estar sempre certo
E é crime falar o que sente
Se o que querem é carne de gente
E a saída é fugir para o incerto
Vou sumir com meu crânio aberto
Derramando as idéias no chão
Pra que os porcos tenham refeição
E os canalhas sintam meu espinho
Vou fugir pra onde manda o focinho
E assistir quem caiu no alçapão

Buzinando e de azul veio a massa
Atraindo ao buraco o mundo
Meu mundinho que embora imundo
É o que tenho, o que eu tinha de graça
Construído em noitadas de praça
Hoje é caça sem chance ou razão.
É por isso a final opção
Disparar-me ao bissexto caminho
Vou fugir pra onde manda o focinho
E assistir quem caiu no alçapão

As tomates, romãs, macieiras
Azularam sem vida e sem sal
Hoje é seco o ex-morangal
E as pitangas são gris matadeiras
N’armadilha a tribo inteira
E eu de fora: vermelha aflição
Perseguido por minha opção
Réu marcado à ferro e vinho
Vou fugir pra onde manda o focinho
E assistir quem caiu no alçapão

Um comentário:

Anônimo disse...

"amizade é uma doce canção da vida.." [2] Tudo de melhor, gostei do teu blog. Beeijo