Por Lucivaldo Ferreira
Aos pequeninos da galáxia
Vivendo os milênios finais
No culto ao papel numerado
Desejando ser mais iguais.
Mas igual, só a diferença
E a crença no superior,
Ou na chuva que cai vez em quando,
Mas só na terra de quem pagou.
Eis que virá o grande credor...
Quem tem mais, muito mais vai pagar
Quem não tem nada, pago está
E tem muito mais para receber.
Se escolheste a laranja pela casca
Sem mesmo saber o sabor,
Por que tu hoje negas o azedo
E o amargor que ela te deixou?
Protótipos, proteus do futuro,
Os homens e seus rituais,
Seus partidos e roupas da moda,
Religiões... sonhos rivais.
Querendo ser mais belos, mais ricos,
Mais fortes e menos reais.
Como podem ser mais humanos
Querendo ser menos mortais?
Quando a pedra cair, tu te escondes
Mas ela vai te procurar
Pois com ela feriste teu sangue
E na pedra teu nome está.
No piche da tua arrogância
Tu vais mergulhar e sumir
Lembrando da tua infância,
Salvando os que estão para vir.
Aos pequeninos da província,
Poetas pregando o caos.
Pós-modernidade antiga:
Profetas do sonho, reis maus.
O monte bonito de fogo
Afaga meu ego e canta
Cantigas da roda de fogo
Arranca da minha garganta.
Todos se perderam no templo
E agora sou a solidão
Que me sonha ser tão pequeno
Nesse não pequeno sertão.
Um comentário:
Muito interessante seu blog!
Abraços
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