Quando
digo que o mundo
Tá perto
de se acabar
Alguém
vem me esnobar
Me
chamar de vagabundo
Mas
não calo um só segundo
E
repito outra vez
Que
não finda esse mês
Tudo
quebra na emenda
Sabe
o preço da contenda?
Seis
réis e sessenta e seis.
Uma
guerra por tão pouco?
Alguém
pode perguntar
Mas
quando o mundo quebrar
Vamos
ver quem é o louco
Vão
se fazendo de mouco
E eu
rindo de vocês
Um
povo que por rudez
Se
vende por mixaria
Pela
tal baixa quantia:
Seis
réis e sessenta e seis.
Quando
o dinheiro reinar
Ninguém
vai passar batido
Não há
nada de escondido
Que não
se mostre ao olhar.
Quem
só viveu pra juntar
Vai perder
de uma só vez
Lucro,
vida e talvez
Para
fugir do terror
Venda
sua alma por
Seis
réis e sessenta e seis.
O
mesmo preço é tabela
Par quem
quer vender a fé
E pra
quem quiser até
Ganhar
dinheiro com ela
Numa
única parcela
Você
fica na nudez
Vende
o fundo o voto e a vez
Em troca
do que não presta
Pelo
preço em tua testa
Seis
réis e sessenta e seis.
Quem
ganhou o mundo inteiro
E perdeu
a própria alma
Traz
ardendo em sua palma
O
seu último dinheiro
O
resto foi pra o cinzeiro
Quando
sua estupidez
Quebrou
o mundo de vez...
Da
sua suja abastança
Só
lhe sobrou por lembrança
Seis
réis e sessenta e seis.
Se o
preço da tua luz
Valeu
meia, meia, meia,
Se faltou
na tua candeia
O querosene
da cruz
Não
queira chamar Jesus
Pois
se a venda você fez
Só o
zarapêi talvez
Saiba
do seu endereço.
Veja
como é alto o preço:
Seis
réis e sessenta e seis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário