Eu não sei
qual a razão
de um país
que é só riqueza
só servir a
safadeza
e só dar vez
a patrão.
Enquanto isso,
o povão
sequer na
mesa tem ovo,
mas dá seu
voto (de novo)
aos filhos
da antiga casta.
É um povo
que não diz basta
e os bostas
dando no povo.
E os filhos
dos coronéis
herdando
vagas na teta
e o povo de
besta aceita
fortalecendo
os cartéis,
doutorezinhos
e anéis
que ferram
nosso retovo.
O rei pondo
seu deutovo
que à
vassalagem arrasta.
É um povo
que não diz basta
e os bostas
dando no povo.
Pobre não
votando em liso
só dá vez a
quem tem cobre.
Só por que este
o cobre
de favor,
promessa e riso,
compra o
ladrão, o juízo
e as chances
de algum renovo,
bota
cabresto e, de novo,
mete a peia
e assume a pasta.
É um povo
que não diz basta
e os bostas
dando no povo.
E o povo
pede mudança,
mas tem medo
de mudar,
tudo quanto
o rei mandar
pra essa
gente é festança.
Apanha e
nunca se cansa
do chicote
em seu corcovo
e segue
babando o ovo
da ladroalha
nefasta.
É um povo
que não diz basta
e os bostas
dando no povo.
Mas um dia
essa gente se cansa
de viver
dando lucro a ladrão,
quebra o
julgo, mudando a canção,
dando vida a
senhora esperança,
pondo fim em
mordaça e matança,
explodindo a
forca e o covo,
se livrando
da canga e do estrovo.
Nesse dia o
medo se afasta
e o povo,
enfim, vai dar um basta
nesses
bostas que oprimem o povo.
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